3 de set. de 2011

Budapeste: vai um goulash?

Cheguei em Budapeste no final da manhã de quarta-feira e encontrei um tempo completamente diferente do que estava enfrentando até agora.

Não é que estava mais quente, estava MUITO calor, algo estilo Rio de Janeiro mesmo. Sempre acima dos 30 graus e muito sol, sem nuvens. Perfeito.

Como sempre, a primeira coisa a fazer foi encontrar o meu hostel. Fiquei no Bubble, muito bem localizado, ao lado do Museu Nacional, bem central, perto de metrô. É um albergue bem diferente do que estive em Copenhague, pequeno, um pouco apertado até, mas com um espírito muito legal. O dono e os funcionários sempre preocupados em dar indicações, em manter tudo limpo, em saber se você precisa de algo e, especialmente, em fazer a turma se conhecer. É daquele tipo de lugar que no final do primeiro dia, você já sabe o nome de todo mundo que está hospedado ali.


Corri para chegar a tempo de fazer Free Walking Tour, que sempre é um bom começo para conhecer a cidade.

Depois, ainda tinha luz para dar uma bela volta pelo centro da cidade, a região do Rio Danúbio e ver alguns prédios e monumentos da área. Budapeste tem ruas largas que dividem pequenos setores, que têm caminhos mais estreitos, e boulevares muito gostosos de caminhar, bem arborizados, com ciclovia, tram (bonde), metrô, ônibus e calçadas largas. Inveja, não?

No final do dia fui para o albergue, tomei um banho e conheci a galera. Dois dos funcionários, uma local e um cara da Irlanda do Norte que está trabalhando lá apenas por uma curta temporada antes de voltar para casa, juntaram a turma e, depois de algumas cervejas no hostel, nos levaram para a noite.


O distrito judeu é onde ficam as melhores baladas. Isso porque por muito tempo ele foi o bairro mais barato da cidade (segunda guerra e comunismo pegaram pesado por aqui), o que atraiu os bares e a juventude. Hoje, os lugares não têm preços exatamente baixos, mas a tradição ficou.

Os bares são muito bem arrumados e as baladas têm um ar meio underground, sempre cheias de lugarzinhos, vários ambientes, pichação nas paredes, decoração esquisita.

No segundo dia, logicamente que não acordei muito cedo, mas tinha tempo para fazer as coisas com calma. Fui conhecer o parque Varosliget, o Ibirapuera deles, onde fica uma das muitas casas de banho da cidade. O costume ficou desde a invasão do Império Otomano na região e eles são viciados.


No caminho, ainda almocei um goulash, comida típica que tem carne cozida, cebola e pimentão. A alimentação deles é sempre pesada, algo que me espantou, já que na maior parte do tempo, faz muito calor por aqui. Os pratos sempre são feitos com banha de porco, caldos quentes e carne.

Ainda passei pela “Casa do Horror”. Não, não é um parque de diversões, mas um museu sobre o comunismo. A linguagem é bastante voltada para os húngaros, mas a parte visual é bem forte. Eu já tinha ido ao Museu do Comunismo em Praga, no ano passado, e lá eles também sublinham os horrores do regime.

É difícil julgar, no meu quarto no albergue estava hospedada uma polonesa, que também foi ver o museu, e conversamos um pouco sobre isso. Ela disse que não se lembra da época, mas que seus pais contam histórias realmente de arrepiar.


Ainda acho que o problema não era o comunismo, mas o regime totalitário que foi imposto pelos dirigentes de países como União Soviética, China e Cuba. Comunismo e totalitarismo não são a mesma coisa, assim como capitalismo e globalização, mas isso é assunto para uma longa discussão.

À noite, novamente saímos juntos. Para variar, muitos australianos (sempre são maioria nos albergues), alguns suecos (sempre os primeiros a ficarem bêbados e irem embora), uma alemã, um coreano, nosso amigo norte-irlandês e esse brasileiro que vos bloga.

Na sexta-feira, pude acordar com calma, almoçar e peguei um trem para Bratislava, na Eslováquia, minha última parada totalmente turística nesta viagem. Saldo é que Budapeste é uma das melhores cidades para se visitar na Europa.

Um comentário:

adriana disse...

que inveja !!! adoraria estar aí conhecendo todos esses lugares. Mas vai contando para dar mais água na boca ... e quem sabe um dia ir para aí também.