16 de dez. de 2009

Renault continua na Fórmula 1. Pelo menos, parte dela

A Renault anunciou na manhã desta quarta-feira que continua na Fórmula 1 e que vendeu “uma grande parte” das ações de seu time na categoria para um fundo de investimentos. O Genii Capital, liderado pelo empresário Gerard Lopez, se tornou sócio da equipe. Não foi dito o tamanho da fatia vendida, mas durante os últimos dias especulações apontavam que estavam sendo negociadas 75% das ações.

Segundo o comunicado, o time continuará a se chamar Renault e a montadora francesa administrará a equipe junto com seu novo sócio. A fábrica de motores não foi envolvida no negócio e continua em sua totalidade nas mãos da empresa. O acordo de fornecimento de motores com a Red Bull continua.

Gerard Lopez superou David Richards em uma espécie de concorrência pela compra das ações. Enquanto o vencedor é um investidor, conhecido pelos seus ganhos em companhias de tecnologia e fundos de investimento, o segundo é uma pessoa ligada ao automobilismo, com sucesso em várias categorias, uma boa passagem pela Fórmula 1, quando comandou a BAR, e dono da tradicional marca Aston Martin, além de uma empresa, a Prodrive, que tem estrutura montada para competir. Lógico que Richards seria uma opção mais interessante para o esporte, a não ser que Lopez realmente só entre no negócio como um investidor e a Renault se mantenha pelos anos na categoria, algo que não acredito. O caminho normal da montadora francesa deve ser se tornar uma fornecedora de motores.

Lopez ganhou muito dinheiro com investimento em empresas de tecnologia. Foi um dos primeiros a colocar dinheiro no Skype, por exemplo. Seu objetivo no negócio é entrar na Fórmula 1 e utilizar “sua” equipe como plataforma para novos negócios. Com certeza veremos seu nome envolvido em várias negociatas que cercam a categoria nos próximos anos, assim como o de Bernie Ecclestone.

Esperemos que o espírito da equipe francesa continue focado na competição. Muitas pessoas vem demonizando a participação das grandes montadoras na Fórmula 1. O automobilismo foi criado por elas e sempre viveu graças a participação direta ou indireta delas na competição. No entanto, acho extremamente perigoso a entrada de pessoas como Lopez, Richard Branson, Tony Fernandez, Flavio Briatore entre outros “investidores”, que não tem motivos para estar na categoria, a não ser usá-la para negócios não necessariamente ligados a ela.

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