11 de mar. de 2010

Indy, de volta ao Brasil, começa o seu campeonato 2010

A Fórmula Indy volta ao Brasil depois de uma década de ausência para dar largada à sua temporada 2010. A categoria correu no Rio de Janeiro, em um circuito oval montado em Jacarepaguá, entre 1996 e 2000. Os últimos 10 anos do campeonato também foram bem difíceis com uma crise de identidade e de interesse de público e que, aos poucos, estão sendo superados.

É bom lembrar que na primeira metade da década de 90, a Fórmula Indy chegou a rivalizar de verdade com a Fórmula 1. O auge foi quando Nigel Mansel, então campeão mundial pela Williams, se transferiu para a categoria norte-americana, chamando a atenção do público europeu.

Os brasileiros já acompanhavam a Indy desde os anos 80, quando Emerson Fittipaldi começou a sua carreira na categoria, que até então tinha visibilidade somente nos Estados Unidos. O brasileiro, bi-campeão mundial de Fórmula 1, ganhou um título e venceu duas vezes as 500 milhas de Indianápolis. Depois dele, toda uma geração de pilotos brasileiros, como Raul Boesel, Roberto Pupo Moreno, Maurício Gulgemin, André Ribeiro, Gil de Ferran, Cristiano da Matta, Helio Castroneves, Tony Kanaan, entre outros, seguiram seus passos.

Porém, um racha que dividiu campeonato em dois, a IRL e a Cart, em 96, e tudo o que tinha sido alcançado em termos de visibilidade internacional foi perdido. No começo dos anos 2000, as duas categorias perderam boa parte de suas provas fora dos EUA e passavam por problemas financeiros e de público até mesmo em seu país base.

Há dois anos, os dois campeonatos voltaram a se unir e desde então os organizadores correm para tentar reconquistar o espaço internacional que já tinha sido ocupado. Na prova paulista deste domingo, o Brasil será o país com mais pilotos na pista, seis já confirmados (podem virar sete ainda nas próximas horas com uma possível confirmação de Mário Moraes). São eles, Helio Castroneves, Tony Kanaan, Vitor Meira, Raphael Mattos, Mário Romancini e Bia Figueiredo. Porém, a categoria também conta com piltos vindos da Inglaterra, Austrália, Venezuela, Escócia, Nova Zelândia, Japão e Canadá. Para se ter ideia, dos 24 carros, somente três são ocupados por americanos.

Os três principais times são Chip Ganassi, dos bicampeões Dario Franchitti, escocês e atual vencedor em 2009, e Scott Dixon, neozelandês, a Penske, de Helio Castroneves e do australiano Ryan Briscoe, e a Andretti, de Tony Kannan, campeão em 2004, e dos norte-americanos Marco Andretti e Danica Patrick.

Vale um destaque para a estreia de Gil de Ferran como dirigente na categoria, como sócio na equipe Luczo Drago/De Ferran, que terá no cockpit o brasileiro Raphael Mattos.

Um dos principais destaques desta primeira etapa da Indy é o circuito de rua na Megalópole e caótica São Paulo. A corrida estava praticamente fechada para ser no Rio de Janeiro, mas a prefeitura local desistiu na última hora. Ribeirão Preto e Salvador também lutaram para sediar a prova, porém, no final das contas, a corrida caiu no colo da capital paulista, que de forma corajosa e até mesmo um pouco irresponsável, aceitou o desafio de organizar o evento com prazo de preparação de três meses. Somente após o final de semana poderemos avaliar o impacto positivo ou negativo na cidade.

O autódromo de Interlagos não poderia ser utilizado por acordo com a Fórmula 1, então a região do Sambódromo paulistano foi escolhida para a realização da corrida por possuir uma estrutura já pronta, como arquibancadas, camarotes, pavilhão de eventos, ruas amplas para montagem da pista e boa rede hoteleira nos arredores. O circuito passará por dentro do Sambódromo, pela Avenida Olavo Fontora, pelo estacionamento do Anhembi e Marginal Tietê, que, com 1,5 km, será a maior reta rde toda a temporada da Indy, onde os carros devem bater os 310 km/h.

Segundo alguns números divulgados na imprensa especializada nos últimos dias, a prefeitura de São Paulo arcou com 12 milhões de reais e a Rede Bandeirantes, que detém os direitos de transmissão, com outros 8 para organização do evento.

Por parte do município, existe o interesse da divulgação internacional, já que ao contrário da Fórmula 1, a cidade que dá o nome a corrida, então temos a São Paulo 300, e não, por exemplo, GP Brasil, além de ser mais um evento que movimente a economia da cidade com a chegada de turistas.

Porém, a insistência na realização da corrida brasileira, fosse onde for, parte de um interesse comercial diferente: o etanol. A categoria utiliza o combustível feito com álcool de cana-de-açúcar brasileiro e tem muita gente interessada em divulgar isso para o mundo, principalmente nos EUA. Nada melhor do que uma corrida por aqui para isso. Foi um dos motivos para Ribeirão Preto ter participado do “processo seletivo” para ser sede da prova.

Foram colocados à venda 36 mil ingressos para corrida. Até a última quarta-feira, 22 mil já tinham sido vendidos. Uma das preocupações, a chuva, que sempre causa muitos problemas à região da Marginal Tietê, segundo a previsão do tempo, não deverá aparecer no final de semana.

O site oficial da corrida é o www.saopauloindy300.com.br, onde é possível ter informações sobre ingressos, traçado e até dar uma volta virtual na pista. Os carros entram na pista pela primeira vez no sábado, às 9 horas, para o primeiro treino livre. O treino que define o grid de largada acontece às 15h30. A largada, no domingo, será às 13 horas.

Atualização (21h00): Mário Moraes foi confirmado no terceiro carro da equipe KV e é o sétimo piloto brasileiro na prova

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