2 de jun. de 2009

Novas Caras? Será?

Nos últimos dias, o noticiário de Fórmula 1 tem dado bastante espaço às teóricas inscrições de novos times para a temporada 2010 (teóricas porque poucas realmente vieram a público confirmar).

É bom lembrar que em 2006, a FIA chegou a abrir vagas para novos times com a promessa de não cobrar a taxa de inscrição (por volta de 45 milhões de euros) e da liberação da comercialização de chassis entre as equipes. Eram 12 vagas, 11 foram para os times que já estavam no campeonato e a última foi para a Prodrive. O time de David Richards chegou a anunciar a parceria com a McLaren e Mercedes, mas depois de questionamentos, especialmente vindos da Williams, sobre o formato do mundial de construtores para equipes que fabricavam seus bólidos, a FIA resolveu vetar a venda dos chassis e o projeto foi por água abaixo.

Desta vez, a promessa é o teto orçamentário de 40 milhões de libras, algo bastante tentador para se começar um projeto na Fórmula 1. Além dos 10 times já existentes no grid, mais três vagas estariam abertas para novata.

A imprensa europeia ventila alguns nomes como Campos, Litespeed e, novamente, a Prodrive. São times com certa tradição em categorias de acesso do automobilismo e, no caso da Prodrive, no Mundial de Rally. A dúvida aí é de onde viria o dinheiro. No caso da Prodrive, fala-se de investidores do Oriente Médio, e da força do nome Aston Martin, da qual David Richards é CEO, e que passaria a batizar a equipe em 2012.

A Lola, nome forte no automobilismo, mas que se deu mal nas suas incursões na Fórmula 1, também vem sendo cogitada. Mais uma vez, a dúvida é sobre o poderio de investimento a longo prazo. Logística e capacidade técnica para montar o carro eles tem.

USF1 (que não se decide se é USF1 ou USGPE) já até confirmou a inscrição publicamente e tenta trazer a força dos Estados Unidos para a categoria. Este parece ser um dos casos mais bem encaminhados. O projeto foi apresentado por Ken Anderson e Peter Windsor antes mesmo do surgimento da ideia do teto orçamentário. Segundo a imprensa norte-americana, a equipe já estaria se aliando a uma gigante do marketing ligada a muitas empresas que se tornariam potenciais investidoras.

A Superfund na verdade é um fundo de investimentos austríaco de propriedade do empresário Christian Baha, um entusiasta do automobilismo que já patrocinou várias equipes em categorias menores e agora quer ter a sua própria na Fórmula 1. Seria uma espécie de Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull. O time teria como chefe de equipe o ex-piloto Alexander Wurz, que inclusive já andou falando sobre o projeto. Neste caso, dinheiro não parece ser problema.

E finalmente, os dois casos especiais: March e Brabham. Ambas tem nomes intimamente ligados à Fórmula 1 com longas passagens pela categoria, e, no caso da segunda, com títulos mundiais. Só que hoje elas são simplesmente nomes que estão sob direito de alguém. No caso a March, que já teve como sócio Max Mosley, atual presidente da FIA, Andrew Fitton é dono comercial do nome. A Brabham, que já foi propriedade de Bernie Ecclestone, atual presidente da FOM, dona dos direitos comerciais da Fórmula 1, é hoje da Formtech, empresa que fornece peças para a indústria automobilística, que no ano passado também comprou os espólios da Super Aguri. Pouco se sabe desses dois projetos que, apesar de trazeram nomes históricos, não tem nada a ver com as equipes que os carregaram em outros tempos.

É bem possível que nos próximos dias, mais nomes sejam ventilados. Mas é bom lembrar que a FOTA ainda luta contra o teto orçamentário e, se a FIA ceder, muitos pretendentes devem desistir. Só saberemos os reais nomes em 12 de junho, quando a Federação deve anunciar as inscrições aceitas para a temporada 2010 e o resultado das negociações com a FOTA.

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