29 de jul. de 2009

Sem essa

Discordo de quem está falando que “Max Mosley tinha razão”, apontando a saída da BMW como resultado da política de altos custos. A equipe alemã sairia de qualquer jeito.

As grandes montadores entram em saem da Fórmula 1 desde seu começo. Sempre foi assim. A Honda e a Renault já fizeram isso dezenas de vezes. A própria BMW saiu da categoria depois de um envolvimento vencedor nos anos 80, voltou no final dos 90 como fornecedora de motores, resolveu comprar uma equipe e está saindo agora. Pode-se baixar custos da maneira que for, mas isso não mudará. (Só para deixar claro, não estou defendendo a deserção da BMW, ainda acho que foi uma tremenda covardia pedir o boné depois de apenas uma temporada de maus resultados).

O que Max Mosley vinha propondo também não era o ideal para a Fórmula 1. O problema do teto orçamentário era ser impraticável. Como funcionaria a fiscalização? Como interpretar orçamentos de times fabricantes de motores? Como auditar times com sedes em diferentes países, sob diferentes leis? Como arcar com os custos trabalhistas de uma redução drástica de staff (o orçamento diminuiria para menos de um quarto do que era em menos de um ano)?

E essa história de ficar atacando as grandes montadoras também não cola. Porque não foi feito nada no final da década de 90, quando elas começaram a invadir a categoria? Ou seja, quando elas trouxeram mais visibilidade e investimentos monstruosos serviam, mas quando começaram a questionar a divisão dos lucros não prestavam mais.

Pelo lado da FOTA, também discordo dessa apatia e morosidade na discussão para a redução de custos. Talvez fosse melhor pensar em parar em construir fábricas gigantescas para construir dois carros de corrida, diminuir o staff e pensar em suas equipes como algo sustentável, investindo o que ganham com o próprio esporte, e não sair jogando dinheiro pelo ralo.

Resumindo: tem que ser encontrado um meio termo. Os dois lados só estão olhando par ao próprio umbigo.

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