23 de fev. de 2011

Cobertura da pré-temporada 2011

Cobrir a Fórmula 1 não é fácil. Como eu já expliquei em outro post, ainda em Jerez, tudo parece bastante inacessível, principalmente para os jornalistas novatos no paddock.

Tentar marcar entrevistas é algo apenas para aqueles que cobrem a temporada inteira, apesar das assessorias de imprensa não dizerem isso de forma clara. Mesmo assim, fui achando o meu lugar e tentando impor um pouco de respeito.

Consegui alguns sucessos. Acho que a minha cobertura teve seus bons momentos. Lógico que sempre fica aquele gostinho de quero mais. É impossível não achar que “podia ser melhor” ou “poderia ter feito mais”. No final, realmente não sei dizer qual foi o saldo.



O fato de estar trabalhando para um veículo de internet, impede trabalhar um pouco mais os textos. A cobertura se torna bastante declaratória, com muitas aspas, algo que nos bancos das universidades é fácil de condenar [já fiz muito isso, inclusive, recentemente], mas na hora de ir para front, a coisa muda um pouco, ainda mais em um lugar em que a única informação está nas declarações.

Mas acho que consegui informar o que se passava de mais importante. As três entrevistas com o Bruno Senna, personagem que nem esperava conversar muito nesta pré-temporada, acabaram sendo bastante importantes no momento do piloto na Fórmula 1 e para esclarecer o público no Brasil de o que estava se passando por aqui.

Os papos com Rubens Barrichello também foram muito legais. Ele sabe se expressar bem sobre a parte técnica da categoria, ajuda a explicar muita coisa, além de continuar sendo um nome importante do país na categoria, em uma equipe tradicional.

Algumas informações que coletei sobre os pneus também foram interessantes e resultaram em uma matéria que visava clarear um pouco a situação, em meio a tantas declarações sobre os novos compostos da Pirelli.

Algumas coletivas servem mais para o lado da curiosidade. Kamui Kobayashi, por exemplo, acho que é um personagem que gera certa curiosidade pelo seu estilo agressivo na pista. Posso dizer que fora da pista ele também é diferente dos outros pilotos, mais solto, faz várias caras, se estica na cadeira, brinca, mas responde bem.

Já Fernando Alonso, por exemplo, parece uma pedra de gelo. Não mudava sua expressão facial. Respondia de forma direta, às vezes, até dura, mas sem mostrar isso com o corpo. Surpreendi-me ao conhecer alguns jornalistas espanhóis que dizem não gostar dele, pela sua postura com a imprensa. Mas as manchetes continuavam a chama-lo de “El Mago de las Astúrias”...

A minha conclusão que é impossível se fazer um trabalho de curto prazo na Fórmula 1. O começo é difícil, mas, aos poucos, tem que abrir o espaço, com uma cobertura contínua, mostrando a cara e interesse.

Nenhum comentário: