15 de jul. de 2008

Fim de Jacarepaguá

Ontem li na Folha de São Paulo - e hoje já está em vários sites e agências - que a CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) assinou acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e o Ministério do Esporte pelo qual foi oficializada a entrega do Autódromo de Jacarepaguá para obras que visam as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Ou seja, é a desativação do autódromo carioca.

Porém, segundo a CBA, existe a condição da construção de um novo autódromo, que ficaria localizado na zona oeste da capital fluminense, em uma área militar em Deodoro. Caso o Rio perca a disputa para sede das Olimpíadas, o projeto será cancelado e Jacarepaguá mantido.
Sinceramente, estou bastante desconfiado de que ficaremos sem Olimpíadas, sem Jacarepaguá e sem autódromo novo. De qualquer maneira, quem gosta de automobilismo já deve estar bastante chateado pela destruição que a atual pista do Rio de Janeiro sofreu nos últimos anos.
Fundado em 1960, Jacarepaguá era, com certeza, um dos traçados mais interessantes do Brasil e do mundo. Além disso, era o único autódromo brasileiro que tinha homologação oficial para receber provas do mundial de moto velocidade pelo fato de ter boas áreas de escape. Recebeu o mundial de Fórmula 1 entre 1978 e 1989, Fómula Indy entre 1996 e 2000 e a Moto GP de 1995 a 2004.

A pista já está funcionando com um traçado totalmente modificado que utiliza apenas metade do original. Mesmo assim, acontecem provas das principais categorias brasileiras (Stock, GT3, Fórmula 3...), inclusive a "Corrida do Milhão", da Stock Car, confirmada para o segundo semestre, onde o vencedor da prova vai ganhar como prêmio 1 milhão de dólares. Porém, perdeu o direito de ser sede de uma etapa da Moto GP e não tem nenhum evento internacional em vista. É uma pena.

Agora vamos esperar para ver o que acontece.

Campeonato da MotoGP sensacional

A temporada 2008 da MotoGP está sensacional. O atual campeão Casey Stoner levou mais uma nesse final de semana, na Alemanha, e mesmo depois de ter sido considerado por muitos como carta fora do baralho (inclusive por este que vos fala), conseguiu uma recuperação incrível e já está na luta pelo bicampeonato.

Pedrosa, que era o líder do campeonato, ajudou Stoner tomando um tombo incrível, deixando a vitória para o australiano. Quem agradeceu também foi o “The doctor” Valentino Rossi, que chegou em segundo e assumiu a liderança do campeonato, que esta bastante apertada. Valentino tem 187, Pedrosa 171 e Stoner já tem 167.

Diferente da Fórmula 1 onde a temporada é disputada mais em função de erros e barbeiragens do que pelo equilíbrio entre os competidores, a MotoGP tem uma briga de alto nível entre seus concorrentes. Vale a pena conferir!!

Bia fez história nos EUA

Bia Figueiredo venceu neste final de semana a etapa de Nashville da Indy Lights e tornou-se a primeira mulher brasileira a vencer uma corrida internacional, descontando a F3 sul americana.
Bia é uma menina que se destaca desde os tempos do kart entre os marmanjos.

Achei um pouco decepcionante sua carreira na extinta Fórmula Renault, que por alguns anos conseguiu revelar bons nomes do automobilismo nacional. Ela tinha que ter sido campeã para conseguir uma carreira européia, mas não conseguiu. Foi para os EUA e não está fazendo feio. Bia ocupa a terceira posição do campeonato da Indy Lights, categoria de acesso para a Indy, com 284 pontos, atrás de Raphael Matos, 310, e Richard Antinucci, 325.

Vamos aguardar e torcer para que Bia consiga manter essa sua evolução no automobilismo americano e faça uma bela carreira, quem sabe na Indy.

11 de jul. de 2008

GP2 segue...

Final de semana passado acabei não falando das corridas da GP2 na Inglaterra. Pântano venceu a primeira e Senna levou a segunda. O brasileiro deveria ter levado a primeira, mas cometeu muitos erros e acabou chegando só em sexto, depois de ter largado na pole. Bruno tem que parar de cometer tantos erros e se mostrar um piloto mais consistente para poder lutar pelo título da GP2 e por uma vaga na Fórmula 1.

Mas o grande destaque da atual GP2 é outro brasileiro. Lucas di Grassi tem sido fantástico, e das quatro corridas que disputou nesta temporada conseguiu três pódios. É bom lembrar que ele entrou na quarta rodada dupla. E com os dois segundos da Inglaterra, mostra que ele sim que merece um lugar na Fórmula 1.

9 de jul. de 2008

Já a Ferrari...

Até a próxima corrida, em duas semanas, na Alemanha, os pilotos da Ferrari, especialmente Massa, terão que ouvir muita fofoca.

As cinco rodadas do brasileiro marcaram seu desempenho na Inglaterra. Tudo bem que a escolha da estratégia por parte da Ferrari, não trocando os pneus intermediários de seus pilotos, contribuiu, e muito, para o péssimo desempenho tanto de Massa, quanto de Raikkonen. Mas, mesmo assim, Felipe fez uma péssima corrida. Duas de suas rodadas foram antes mesmo do primeiro pit. A Ferrari errou, mas Massa errou mais. Agora tem que se redimir nas próximas corridas. A pressão das primeiras corridas irá voltar.

Barrichello sensacional

Ele não venceu e não está na disputa pelo título Mundial. Mas o destaque da corrida da Inglaterra foi com certeza Rubens Barrichello.

O brasileiro acertou na escolha dos pneus de chuva e conseguiu aproveitar a vantagem, mesmo com o péssimo carro da Honda, para chegar ao pódio.

Nas últimas quatro corridas, Barrichello pontuou em três. Levando-se em conta o rendimento da Honda, é um resultado sensacional e, de certa forma, mostra certa constância do brasileiro na atual fase do campeonato.

É lógico que dificilmente Rubens volta ao pódio em 2008, mas caso continue marcando pontos, a negociação para a renovação de contrato pode ser facilitada.

Hamilton triunfa

Depois das mancadas nos GPs do Canadá e França, Hamilton deu a volta por cima na Inglaterra e conseguiu uma belíssima vitória, sem contestações.

Raikkonen foi o único que chegou a ameaçar a vitória do inglês, mas a decisão de não trocar os pneus intermediários na primeira parada tirou qualquer chance do finlandês da Ferrari que acabou, inclusive, fora do pódio.

Hamilton e Raikkonen empataram com Massa no Campeonato. Os três estão com 48 pontos depois de nove corridas. Isso quer dizer que o líder do campeonato tem pouco mais que 50% de aproveitamento. Isso mostra o baixo nível da atual temporada. Se algum outro piloto chegasse em terceiro em todas as corridas, estaria na liderança com 54 pontos. Ou seja, no atual ritmo, o campeão da temporada não precisaria vencer corridas.

Além disso, a quantidade de erros bobos dos líderes é impressionante. Hamilton bateu na traseira de Raikkonen que bateu na traseira de Sutil. Massa jogou fora o GP da Malásia quando saiu da pista sozinho e conseguiu rodar cinco vezes na Inglaterra.

Acho que o Schumacher deve estar repensando a aposentadoria, já que mesmo um pouco fora de forma, poderia estar tranquilamente disputando o Campeonato Mundial.

4 de jul. de 2008

Um templo fora da F1

Bernie conseguiu mais uma vez. Há muitos anos que Silverstone esta sendo ameaçado de sair do calendário mundial. Bom, foi anunciado ontem que a partir de 2010 realmente estará, e será substituído por Donington Park.

Donington sempre será lembrado pelos brasileiros por causa da mais bela primeira volta da história da Fórmula 1, protagonizada por Ayrton Senna (para quem não lembra, clique aqui). Também é legal lembrar que Donington foi palco do primeiro contato de Senna com um carro de Fórmula 1, em 1983, quando ele testou uma Williams, pouco menos de um ano antes de entrar na categoria (clique aqui para lembrar).

Mesmo com todas estas ótimas lembranças do novo palco do GP da Inglaterra, acho um verdadeiro crime a retirada de Silverstone do calendário. Segundo Bernie Ecclestone e a FIA, o circuito estava fora das especificações exigidas pela Fórmula 1 moderna. Para começar, não sei se gosto tanto assim das recentes especificações dos novos autódromos da Fórmula 1. O jornalista Flavio Gomes escreveu em seu blog, que Silverstone vem se modernizando nos últimos anos, que poderia continuar sim como sede do GP e a mudança estaria acontecendo devido uma briga política de Bernie.

Silverstone foi palco da primeira corrida da história da Fórmula 1. Foi lá que tudo começou!! Isso deveria contar na decisão. Infelizmente não contou. É uma pena, vai fazer falta...

O último dos Moicanos

Quem deve estar passando por um momento de reflexão é Rubens Barrichello. Com a aposentadoria de Coulthard, Rubens passa a ser o último piloto da geração que chegou à Fórmula 1 na primeira parte da década de 90.

Barrichello, que apesar de ter menos vitórias que o escocês, 9 x 13, (número que pode ser explicado pelo fato de ter corrido menos tempo em equipes de ponta, já que quando amargurava Jordan e Stewart, Coulthard já andava de Williams e Mclaren) teve uma carreira parecida com a de Coulthard. Ambos tiveram chance, mas nunca conseguiram nem chegar perto de um título mundial.

Com certeza, algo do tipo “será que não dá mais?” está passando na cabeça de Rubens.

O adeus de Coulthard

Eu realmente não tenho idéia de como deve ser difícil a decisão de se aposentar. O momento em que se olha para trás e se chega à conclusão de que é o fim da carreira profissional.

Acredito que no mundo do esporte esta decisão deve ser mais difícil, já que, além da rotina profissional, muitas vezes o atleta tem que abrir mão de certo glamour ao qual está acostumado desde o começo da carreira. Mas o pior mesmo é que no esporte, em 90% dos casos (não sei se existe esta estatística) a aposentadoria é uma decisão que tem que ser tomada antes dos 40 anos.

Imagine o que não passa na cabeça do sujeito... Com trinta e tantos anos se aposenta de um mundo de competição que o mundo todo acompanha e onde está mergulhado desde a infância. Por mais dinheiro que o cara tenha ganho, tenho certeza que não é uma decisão fácil.

É lógico que estou querendo chegar ao anúncio da aposentadoria de David Coulthard. Esse escocês que na maior parte de sua carreira andou em equipes top, mas em pouquíssimos momentos conseguiu se impor como real postulante a um título. Mas Coulthard tem uma carreira que deve ser respeitada, pois além de ter participado de dois títulos da Mclaren (quando Mika Hakkinen foi bicampeão), venceu 13 corridas. Para se ter uma idéia, Emerson Fittipaldi, um dos maiores ídolos da história do automobilismo brasileiro e mundial, bi-campeão da Fórmula 1, venceu 14 vezes na categoria. Lógico que a comparação é complicada, pois os tempos mudaram muito, além de que Emerson guiava MUITO mais que Coulthard, mas acho que é válida.

Coulthard não está nem perto de Emerson (é bom deixar isso muito claro), nem de Hakkinen e muito menos de um Schumacher. Provavelmente vai cair rapidamente no esquecimento, mas vai fazer falta na Fórmula 1.

2 de jul. de 2008

GP2 x F2 = Ecclestone x Mosley

Não sei se vai sair do papel e nem se vai ser bom, mas a proposta de uma nova categoria de acesso, feita pelo Conselho Mundial da FIA (com GRANDE apoio de Max Mosley), vai com certeza gerar uma grande confusão até o final do ano.

É uma briga política bem cabeluda, já que a F2, proposta pela FIA, viria para ser uma concorrente direta da GP2, criação de Bernie Ecclestone e Flávio Briatore. E a proposta veio em um momento no qual a Ecclestone estaria apoiando uma racha na Fórmula 1, que se “desfiliaria” da FIA . Tudo em troca de mais poder de comando, especialmente para quem tem mais dinheiro para investir (grandes montadoras) e para quem pode lucrar (Bernie!!). Vai ser interessante ver essa briga de bastidores. Só esperemos que os resultados sejam positivos para o automobilismo e não só para o capitalismo.

Muita calma nessa hora

O bom desempenho de Bruno Senna na GP2 tem trazido a tona muito rumores sobre uma possível vaga na Fórmula 1 em 2009. Nada mais lógico e merecido.

Não será fácil sua transição para a categoria máxima e a pressão por causa do sobrenome será imensa, talvez maior do que Nelsinho Piquet vem sofrendo. Bruno ainda tem que mostrar muito na GP2. Mas esse é o ano. Sua temporada ainda é um pouco irregular, mas ele tem potencial para brigar pelo título. Se for campeão, a Fórmula 1 passa a ser uma certeza. Os rumores indicam para BMW e Toro Rosso.