30 de set. de 2008

Substituição na Renault: sai Piquet, entra di Grassi

O site da revista Autosport noticiou na manhã de hoje que a Renault poderia estar preparando a substituição de Nelsinho Piquet por Lucas di Grassi para a próxima temporada (veja a nota aqui).

A matéria de Jonathan Noble diz que além da má temporada de Piquet, Lucas teria impressionado a equipe francesa durante uma bateria recente de três dias de testes em Jerez.

Inclusive, Piquet já teria sido oferecido à Toro Rosso. A equipe italiana, segundo time da Red Bull, não se interessou, já que estaria fechando com Buemen ou Bruno Senna, jovens que chegam da GP2, e gostaria de ter um piloto mais experiente no outro cookpit (circula em alguns meios que existe interesse em Rubens Barrichello).

A estréia na Fórmula 1 sempre é um momento difícil. Nenhuma das categorias de acesso (F-3, GP2, F-Renault...) se assemelha à complexidade e pressão da categoria máxima. O carro da Renault também não ajudou Nelsinho, que correndo em uma das mais vitoriosas marcas da história da Fórmula 1, recebeu toda a pressão por bons resultados sem ter equipamento para tanto.

Isso tudo é verdade, mas a realidade é que mesmo com todos estes atenuantes, a temporada do filho do tricampeão mundial foi decepcionante. Más atuações e acidentes foram resultados constantes nos finais de semana e GP. Além disso, Alonso tem conseguido arrancar resultados até mesmo surpreendentes do carro da Renault, apesar de a comparação com o bicampeão mundial ser injusta. Mas a Fórmula 1 é assim. O primeiro adversário a ser batido é o companheiro de equipe. É só nos lembrarmos da estréia de Hamilton, em 2007, que minou o próprio Alonso, na Mclaren, durante a temporada.

O que piorou ainda mais a situação de Piquet foi a temporada sensacional de Lucas di Grassi na GP2 que, mesmo sem participar das seis primeiras etapas, acabou ficando na terceira posição do campeonato, a um ponto do vice campeão. Eu mesmo defendi aqui inúmeras vezes que di Grassi era o piloto que merecia alguma chance na Fórmula 1.

Caso a notícia se confirme, o que seria de Nelsinho Piquet? Se o negócio com a Toro Rosso não der certo, o brasileiro não tem muitas opções. As equipes que ainda têm vagas disponíveis são Willams, Honda e Force Índia. Talvez a Toyota. BMW é um caminho improvável e Red Bull já fechou sua dupla (Vettel e Webber). O caminho pode acabar sendo uma renovação com a Renault como piloto de testes para se manter próximo da categoria e aguardar nova chance.

28 de set. de 2008

Briatori: “Finalmente, cazzo!!”

Foram essas as palavras de Flavio Briatori no rádio de Fernando Alonso após a vitória do espanhol no histórico GP de Cingapura. Foi um fim de semana onde a Renault sempre se mostrou competitiva (pelo menos na mão do espanhol) mas que, depois da quebra na classificação, indicava que não mudaria muito a história da equipe na atual temporada. Mas a parada no momento certo, uma volta antes da entrada do safety car (causada pelo companheiro (!) Nelsinho Piquet) colocou Alonso na ponta. Ai foi só o espanhol mostrar o imenso talento que tem para levar a primeira corrida noturna da história da Fórmula 1.

E apesar da vitória de Alonso, a corrida de Cingapura ficará marcada por mais uma trapalhada da Ferrari que parece fazer de tudo para não levar o título deste ano. A luz verde acendeu e Massa saiu dos boxes. Mas o piloto brasileiro, que fazia mais uma ótima corrida na liderança, não sabia que levava consigo um lastro inesperado: a mangueira de combustível.

A equipe liberou Felipe antes da hora e, mesmo que a mangueira de combustível já estivesse desconectada do carro e não tivesse causado o acidente, o brasileiro seria (como foi) punido por uma saída perigosa dos boxes, já que quase bateu em um carro da Force Índia. Aliás, mesma punição que deveria ter recebido em Valência quando a Ferrari também soltou Felipe antes da hora e quase causou um acidente.

O tal farol que libera os pilotos da Ferrari dos boxes pode ser o problema. Pode. Mas eu acredito que o problema mesmo é o mecânico que aciona o equipamento. O instrumento em si me parece que, se bem utilizado, até agiliza a saída do pit (para se ter certeza, um estudo comparativo entre o reflexo do piloto ao farol e ao tradicional pirulito teria que ser feito).

A verdade é que no final das contas o prejuízo foi grande. Mas é importante que se diga que não é irreparável. Faltam três provas para o final da temporada e a diferença de Hamilton para Massa é de sete pontos. O campeonato tem sido muito maluco e tanto pilotos como equipes vem cometendo muitos erros. Difícil prever o que pode acontecer. O que é certo é que a Ferrari não pode mais errar.

Seis vezes Valentino

Com a sensacional vitória nesta madrugada em Montegi, no Japão, Valentino Rossi se tornou campeão mundial da MotoGP pela sexta vez.


E como de costume, em mais uma prova deliciosa para o espectador da MotoGP, Valentino não deu muitas chances para a concorrência e atacou nos momentos certos mostrando maturidade e agressividade na hora e medida certa. Ensinamentos que faltam para os principais pilotos da Fórmula 1, por exemplo, e que Rossi mostrou saber de cor.


As primeiras voltas com Dani Pedrosa na liderança seguido de muito perto por Stoner e Valentino foram simplesmente sensacionais para quem gosta de qualquer esporte a motor. Os três andaram embutidos por várias voltas até que Pedrosa perdesse a liderança para os dois pilotos que vinham atrás na mesma curva. Depois a disputa ficou entre os dois candidatos ao título, e, mesmo nem precisando, Rossi cozinhou Stoner e o ultrapassou na hora certa para chegar a mais uma vitória.


Rossi sem dúvida é um dos maiores gênios da história do motociclismo e do esporte a motor em geral.

No oriente...

Neste final de semana, os olhos daqueles que gostam de velocidade se voltaram para o oriente. Decisão da MotoGP no Japão e a Fórmula 1 em Cingapura. E olha que as próximas duas provas do Campeonato Mundial de Fórmula 1 também acontecem por lá, daqui 15 dias em Fuji, Japão, e depois Xangai, na China, antes do encerramento no Brasil.


O automobilismo (incluo ai o motociclismo) é um esporte comercial em sua essência, já que necessita da participação de diversas empresas (montadoras, fabricantes de pneus, petroquímicas e por ai vai). Nada mais normal do que o show ir atrás de quem traz mais lucro para essas empresas.


Por isso mesmo o Oriente Médio e o extremo oriente asiático devem ser, cada vez mais, o futuro porto dos esportes a motor. Este ano, na reta final da Fórmula 1 são três provas. Isso sem contar a Malásia no início de temporada. E depois da entrada de Bahrein, já está confirmada para o próximo ano mais uma etapa no Oriente Médio em Abu Dhabi. Índia é praticamente certa para 2010. A MotoGP segue o mesmo caminho e também têm provas na China, Japão, Malásia e Oriente Médio (Qatar, que inclusive, também é a noite).

14 de set. de 2008

Valentino bem próximo do título

A Moto GP teve uma corrida histórica hoje em Indianápolis, na sua estréia no lendário autódromo. Foi realmente uma pena que a chuva estragou o espetáculo e nenhuma das corridas foi realizada a sua totalidade. Isso porque a direção de prova foi obrigada a terminar as provas por motivos de segurança. A 125cc terminou faltando seis voltas para o final e a Moto GP faltando oito. A 250cc nem largou por causa do mal tempo. Tudo culpa do furacão Ike.

De qualquer maneira, Valentino Rossi venceu a corrida realizando, como sempre, lindas ultrapassagens em uma pista nitidamente perigosa por causa do aguaceiro. A briga pela liderança da prova com o piloto da casa Nicky Hayden foi de altíssimo nível. Ambos mostraram um domínio incrível de suas motocicletas na pista molhada de Indianápolis.

Mas no final deu Valentino, que com a vitória abriu 87 pontos de vantagem para Casey Stoner no campeonato, faltando apenas quatro provas. “The Doctor” está realmente próximo do seu sexto título mundial e de se tornar, definitivamente, um dos maiores da história.

Boa Kubica!!

Kubica foi um dos melhores hoje. Largou em 11º e chegou em terceiro. Mantém também a terceira posição no campeonato com 64 pontos, 14 atrás do líder Hamilton.

Teoricamente, faltando quatro corridas para o fim da temporada, ele até estaria na disputa. Mas as visíveis limitações do carro da BMW tiram suas chances. Mesmo assim, ele poderia estar mais perto se não fosse a péssima seqüência dos GPs da Inglaterra, Alemanha e Hungria, quando ele marcou apenas 3 pontos.

De qualquer maneira, em um campeonato que os principais aspirantes ao título vêm mostrando uma inconstância incrível, transformando essa temporada em uma das de pior nível da história, Kubica já mostrou que não dá vacilo e se aproveita dos erros dos adversários para estar na posição em que está. Com um carro um pouco mais rápido, pode ser campeão mundial.
Vamos torcer para que a BMW consiga fazer esse carro para a próxima temporada.

Perfecto Vettel!!

Belíssima corrida do garoto Sebastian Vettel em Monza. Largou na pole e não deu chances para ninguém. É lógico que em condições normais a vitória não sairia, mas a chuva foi igual para todos, então...

Vettel vem trilhando uma grande carreira, desde o ano passado, quando, emprestado pela BMW, onde era piloto de testes, estreou na Toro Rosso, e conseguiu seus primeiros pontos logo nas sétima corrida, na China, com um quarto lugar em uma corrida onde também choveu muito.

Agora, no mesmo final de semana, ele se tornou o mais jovem piloto na história a conquistar uma pole e, depois, a vencer uma corrida, com apenas 21 anos.

Na próxima temporada será promovido para a Red Bull, equipe principal do grupo. Com certeza os grandes times já devem estar de olho.

Massa x Hamilton

Na primeira corrida onde já era claro que a disputa pelo título será mesmo entre Massa e Hamilton, nenhum dos dois conseguiu muito. Se olharmos que o brasileiro largou em sexto e chegou no mesmo posto, e o inglês saiu em 15º para terminar em sétimo, podemos dizer que Hamilton “salvou” a liderança do Campeonato.

Agora eles vão para Cingapura com uma diferença de um ponto. Apesar das duas últimas corridas, quando Hamilton brilhou mais do que o brasileiro (mesmo assim Massa chegou na frente nas duas, graças à punição ao inglês na Bélgica), acho que Felipe vem em uma fase melhor, se olharmos as corridas sem chuva. O final de campeonato entre eles será bastante interessante. Vai depender muito do trabalho que as duas equipes vão realizar fora da pista, em suas fábricas, no desenvolvimento do carro para as últimas etapas.

Final da GP2

O final de semana em Monza marcou o fim da temporada da GP2. Como na Fórmula 1, não foi um campeonato que demonstrou um nível técnico que chamasse a atenção.

O título, com 76 pontos, acabou ficando mesmo com o veterano Giorgio Pântano, que já passou na Fórmula 1, não mostrou muita coisa e, por isso mesmo, deve ser o primeiro campeão da categoria a não ser promovido à categoria principal.

Os brasileiros Bruno Senna e Lucas di Grassi ficaram em segundo e terceiro, respectivamente, com 64 e 63 pontos, e o francês Romain Grosjean, terminou em quarto, com 62.

Se levarmos em conta que di Grassi estreou só na sétima etapa, e correu em uma equipe que não tinha a força de seus concorrentes, ele foi o grande o nome da temporada. Com certeza merece um lugar na Fórmula 1 em 2009. Mas, infelizmente, seu nome não vem sendo cotado, pelo menos nas grandes agências internacionais.

Senna e Grosjean, que no início do ano eram considerados os dois grandes nomes da categoria, acabaram decepcionando um pouco. Parece difícil que consigam um lugar como titulares na Fórmula 1 em 2009.

9 de set. de 2008

Indy tem seu campeão

Com uma chegada sensacional entre Helio Castro Neves e Scott Dixon no GP de Chicago, a Fórmula Indy encerrou sua temporada 2008.

Apesar da vitória do brasileiro na última prova por 0,0033 segundos, o título ficou com Dixon.

A Indy é uma categoria que pode voltar a crescer com a entrada de equipes da extinta Champ Car. Na década de 90 foi uma categoria muito legal de acompanhar e que chegou a rivalizar com a Fórmula 1 sim, já que chamou a atenção inclusive da Europa, onde foram construídos circuitos ovais na Alemanha e Inglaterra.

Pena que fizeram muita besteira na administração do negócio. Esse lance de correrem só em ovais, especialmente esses curtos do interior dos Estados Unidos é coisa que só americano gosta mesmo. Parece que se tocaram e aos poucos estão incluindo alguns circuitos mistos nas últimas temporadas.

A categoria parece que volta a crescer no rumo certo. E os brasileiros por lá são fortes!!

Pântano deve ser o campeão...

O GP da Bélgica marcou a penúltima rodada dupla da GP2 em 2008. Nem Pântano, nem Senna, os dois líderes do campeonato, marcaram pontos nas duas etapas. Chegam agora à Monza, no próximo final de semana, para a última rodada dupla, com uma diferença de 11 pontos do italiano para o brasileiro.

Na minha sincera opinião, Pântano será o campeão. Infelizmente. O italiano é um piloto rodado e que dificilmente terá nova chance na Fórmula 1 (já passou pela Jordan).

Para Bruno Senna faltou consistência e regularidade. Não sei se está tão perto da Fórmula 1 como estão dizendo.

Mas uma coisa que ficou bem clara para mim é que o nome do ano na categoria foi o do brasileiro Lucas di Grassi. Ele chegou com seis corridas de atraso em uma equipe média e está em terceiro lugar no campeonato. Na Bélgica fez mais uma grande rodada dupla, quando foi tocado por Pântano na primeira prova, acabou largando em último na segunda e chegou em terceiro. Ele sim merece um lugar na Fórmula 1.

GP da polêmica

Ao final do campeonato, com certeza o GP da Bélgica será lembrado como a corrida da polêmica.

Raikkonen, depois de um longo e tenebroso inverno, voltou à ativa e fez a sua melhor corrida no ano. Fez duas ultrapassagens em dois concorrentes diretos ao título, coisa que não se vê muito na Fórmula 1, mas bateu faltando uma volta e duas curvas para o final. Acredito estar fora da briga.

Hamilton, que aparentemente tinha o melhor carro do fim de semana, mostrou ousadia e brigou pela vitória até o final. Ganhou, mas não levou.

E finalmente Felipe Massa, que vem de uma fase incrível, realizando grandes provas, foi apático durante toda a corrida, tomou uma ultrapassagem do companheiro na primeira volta, chegou em segundo, mas ficou com a vitória.

O principal momento da prova foi a duas voltas do fim, quando Hamilton tentou ultrapassar Raikkonen e cortou a chicane antes da reta dos boxes, fingiu que devolveu a posição ao finlandês para “reultrapassa-lo” (licença poética) no fim da reta.

Acho que a punição ao inglês foi correta. Ele realmente ganhou vantagem ao cortar a chicane e ficou melhor posicionado para completar a manobra no fim da reta. Também acho que Raikkonen vacilou ao abandonar sua posição na parte interna da pista. Concordo com os que dizem que já aconteceram manobras parecidas antes e que ninguém foi punido. Mas se erraram anteriormente, acertaram agora. Espero que no GP de Monza, no próximo final de semana, pista com muitas chicanes onde esse tipo de manobra acontece com certa freqüência, os comissários façam o mesmo.

Também é bom lembrar que em 1989, Ayrton Senna deixou de vencer o campeonato mundial porque cortou a chicane no GP do Japão mesmo não tendo levado vantagem, já que ele e Prost se chocaram e ficaram parados fora da pista. Só para lembrar...