30 de nov. de 2009

FIA divulga lista de inscritos para 2010

A FIA divulgou nesta sexta-feira a lista oficial de inscritos para o Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2010.

O importante da lista é a ausência de Toyota, que teoricamente ainda está ligada à categoria pelo Pacto de Concórdia e teria que vender a sua vaga ou pagar uma multa a FIA para sair, e a Sauber, que aguarda a resolução do problema da montadora japonesa para entrar como 13ª equipe ou terá que pedir uma autorização especial para ser a 14ª inscrita.

Outra informação relevante é o fato da Manor, uma das equipes novatas, ter se inscrito com o nome de Virgin Racing, confirmando o acordo com a empresa de Richard Branson, que patrocinou a Brawn em 2009.

Dos brasileiros, a principal curiosidade fica em torno dos números de cada. Felipe Massa vai de 7, Rubens Barrichello de 9 e Bruno Senna de 21, coincidentemente (?!), o número de um de seus patrocinadores, a Embratel. Lucas Di Grassi, se for confirmado na Renault, corre com o 12, e se for para a Virgin, que a possibilidade mais comentada no momento, vai de 25.

Clique aqui para ver a lista oficial.

Destaques do Fim de Semana - Desafio das Estrelas

Florianópolis sediou neste final de semana a quarta edição do Desafio das Estrelas, evento de kart promovido por Felipe Massa. Foi a terceira vez consecutiva que a capital catarinense recebeu a corrida, a primeira prova aconteceu no Kartódromo Toca da Coruja, em Bauru, sempre com as principais estelas do automobilismo brasileiro e alguns nomes internacionais de peso, como Michael Schumacher.

Acompanhei as duas baterias pela televisão. Pelos relatos de quem foi a Florianópolis mais uma vez foi um evento muito bem organizado. Em 2009, para se ter ideia, contou com transmissão ao vivo para a Europa, pelo canal Eurosport. O Kartódromo é novinho, super bem estruturado e pelo o que eu conheço da turma do Sul, não vai virar elefante branco de maneira nenhuma.

Além das ótimas corridas, o que sempre me anima no Desafio das Estelas e nas já tradicionais 500 Milhas da Granja Viana é a divulgação na mídia que o kartismo tem nesta época do ano em mídia de massa. É super importante para o esporte e estimula patrocinadores e novos pilotos, sejam eles jovens com o objetivo de fazer uma carreira profissional ou até mesmo pessoas que compram um kart e participam de campeonatos por hobby. O importante é acelerar e encher os kartódromos.

Sobre a corrida, pouco é necessário dizer. Schumacher e Massa foram as estelas do final de semana. A má classificação do brasileiro acabou lhe custando a disputa, já que teve que fazer uma corrida de recuperação na primeira bateria e não brigou pela vitória. Na segunda corrida, mesmo vencendo, a segunda posição do alemão lhe deu o título.

Schumi se sagrou bicampeão do mini torneio, sua outra vitória foi em 2007. Os outros vencedores foram Massa, em 2006, e Rubens Barrichello, em 2008.

Agora, para quem gosta de kart, no próximo sábado tem as 500 Milhas da Granja Viana, em São Paulo. Durante a semana, vale a pena dar uma passada no kartódromo para ver os treinos e os pilotos de perto.

28 de nov. de 2009

FIA GT no Brasil em 2010


Após a Indy, outra categoria internacional anunciar que corre no Brasil em 2010. O FIA GT1 World Championship anunciou neste sábado que encerrará sua temporada em Interlagos, em São Paulo.

É um campeonato legal, que contas com máquinas de primeiríssima linha. Em 2010, Porsche, Ferrari, Aston Martin, Lamborghini, Maserati e Nissan já confirmaram a participação.

Além do Brasil, outros onze países fazem parte do calendário: Emirados Árabes, África do Sul, República Tcheca, França, Canadá, Espanha, Alemanha, Portugal, Hungria, China.

Para quem quiser conhecer mais o campeonato, o site oficial da categoria é www.fiagt.com.

Foto: Site oficial FIA GT

25 de nov. de 2009

São Paulo fica com Indy

Ribeirão Preto, Campinas, Brasília, Salvador, Rio de Janeiro... Muitas cidades se candidataram e tentaram levar a etapa brasileira da Fórmula Indy. Na reta final, tudo apontava para uma corrida no capital fluminense, que chegou, inclusive, ser confirmada pelo site oficial da categoria, erroneamente. Porém, nos últimos dias, diante das dificuldades encontradas na negociação entre a Indy e a prefeitura do Rio, uma nova candidatura surgiu: São Paulo. E foi ela que levou.

O jornalista Victor Martins deu o furo no site Grande Prêmio, e a informação já foi confirmada pela prefeitura paulista. A corrida será no dia 14 de março e, como Interlagos tem um contrato com a Fórmula 1 que não permite provas da concorrente americana, será em um circuito de rua.

O traçado ainda não foi definido, mas já circula a informação de que pode ser na Zona Norte, próximo do Sambódromo.

Ainda não se falou nos custos, que não serão baixos. É com certeza uma ação ousada da prefeitura de São Paulo. Locais interessantes para fazer a corrida não faltam, porém, estudos são necessários para não causar transtornos a uma cidade que por natureza já é bastante transtornada. O principal problema é a falta de tempo. Menos de quatro meses pra se encontrar um local adequado, montar a estrutura necessária e um esquema para sacrificar o menos possível na vida da cidade. Só que não existe este tempo e não existe planejamento. Espera-se agora um pronunciamento da prefeitura, breve, com mais detalhes do “projeto”.

23 de nov. de 2009

Confirmação de Rosberg na Mercedes

Já era algo que toda imprensa afirmava, mesmo antes da venda Brawn, mas a Mercedes confirmou hoje oficialmente que Nico Rosberg será um dos seus pilotos em 2010.

O alemão se colocou como um líder da equipe para 2010 e mostrou apetite por vitórias. Ainda difícil de dizer se ele conseguirá, mas mostrou consistência durante a temporada 2009.

Agora, fica a dúvida sobre a segunda vaga do time. Heidfeld tem sido apontado côo favorito. O nome de Raikkonen e de Schumacher foram ventilados, mas no momento, o primeiro parece decidido a ter seu ano sabático e o segundo convencido que carreira terminou. Sutil, alemão, segue correndo por fora e nos últimos dias Kubica passou a ser uma possibilidade com a ameaça de desistência da Renault.

Destaques do Final de Semana – Farfus vence bateria, mas Tarquini é campeão do WTCC

Gabrielli Tarquini ganhou seu primeiro título do Mundial de Turismo, no último domingo, em Macau. O italiano, de 47 anos, terminou com quatro pontos a mais, 127 a 123, do que Yvan Muller, ambos da SEAT, e passa a ser o campeão mais velho de uma competição FIA da história.

O brasileiro Augusto Farfus Jr, que chegou à última etapa do campeonato com remotas chances de título, venceu a segunda bateria da rodada dupla, após o oitavo lugar na primeira prova, e ficou com a terceira posição do certame com 113 pontos.

O saldo de 2009 para Farfus foi bom. Em uma temporada em que a BMW não se mostrou tão competitiva quanto a SEAT, o brasileiro esteve na disputa pelo título até a última etapa e foi o melhor piloto da montara alemã. Ao mesmo tempo, ele mostrou grande decepção com o anúncio da desistência da BMW na Fórmula 1, já que sempre apostou em seu bom relacionamento com a empresa para um dia conseguir uma vaga na categoria de monopostos. Inclusive, chegou a realizar três testes com o carro da equipe. Ele ainda não decidiu seu futuro no automobilismo, mas já pode se orgulhar de uma carreira bastante consistente em carros de Turismo, onde sempre foi piloto oficial da Alfa Romeo e depois da BMW.

Destaques do Final de Semana – Cacá Bueno tricampeão da Stock Car

Com uma corrida de antecipação, Cacá Bueno sagrou-se tricampeão da Stock Car ao terminar na terceira posição na etapa de Tarumã, no último domingo. A prova foi vencida por Luciano Burti.

Apesar de ter vencido apenas uma corrida no ano, o campeonato foi dominado por Cacá que sempre foi muito regular e manteve boa distancia para seus adversários na temporada regular e depois nos playoffs. Seus três títulos aconteceram nos últimos quatro anos, por duas equipes diferentes, o que mostra certo domínio na categoria.

Importante apontar que embora o equilíbrio alardeado pela categoria, nas últimas temporadas apenas dois preparados conseguiram levar seus pilotos aos títulos: Meinha, chefe da RC, e Andreas Mattheis, que comanda a Red Bull Racing e a Medley A. Mattheis.

20 de nov. de 2009

Decisão do Mundial de Turismo


Neste final de semana acontece a última etapa do WTCC, Campeonato Mundial de Turismo, nas ruas Macau. Infelizmente, a cobertura da imprensa nacional é bem abaixo do que o torneio merece, principalmente pelo fato de termos um brasileiro na disputa do título.

Três pilotos podem vencer o campeonato neste domingo: Gabriele Tarquini, da SEAT, 115 pontos, Yvan Muller, também SEAT, 113, e Augusto Farfus Jr., BMW, 102. Serão disputadas duas baterias, ambas com pontuação igual a da Formula 1 (10, 8, 6, 5...). Ou seja, Farfus não está na melhor condição para se tornar campeão, mas se destacou em um ano difícil para a BMW e dominado pela SEAT.

A classificação aconteceu nesta sexta-feira, e o brasileiro larga em na terceira posição na primeira prova, enquanto seus principais adversários, Muller e Tarquini bateram durante o Q2 e saem da sétima e oitava posições respectivamente. Na segunda prova, o grid é invertido entre os oito primeiros da corrida 1.

A pista é estreita, difícil de conseguir ultrapassagens e muitos acidentes acontecem. A verdade é que se nada acontecer com seus concorrentes, dificilmente Farfus tem chance de título, mas vale a pena ficar de olho.

18 de nov. de 2009

Button confirmado na McLaren

Na manhã desta quarta-feira, a McLaren confirmou a contratação de Jenson Button para correr ao lado de Lewis Hamilton. Assim, Button leve o número um para a equipe de Woking em 2010, que terá os dois últimos campeões mundiais em seus carros.

Segundo o release da McLaren, esta é a primeira vez que um time de Fórmula 1 terá os dois últimos vencedores do título e é a primeira dupla britânica desde Hill e Clark pela Lotus em 1968.

A última vez que uma equipe teve dois campeões mundiais também aconteceu na McLaren, em 1989, quando Senna e Prost correm juntos.


O apelo de ter um time britânico é interessante para a McLaren. Os dois pilotos tem carisma com os fãs e não são considerados bad boys, o que sempre é bom para atrair novos patrocinadores.

Sobre a escolha de Button, já dei minha opinião em outro post, quando o assunto entrou na pauta, na segunda-feira. Além de uma boa base técnica formada em 2009, que simplesmente conquistou o título mundial de pilotos e construtores, a compra da Brawn pela Mercedes irá trazer novos investimentos e manter o time como um dos melhores. Jenson seria o número um da equipe, o atual campeão mundial, o que não acontecerá na McLaren, onde ele terá a concorrência de Hamilton, que além de um bom piloto está na equipe há anos.

A McLaren está perdendo seu principal parceiro técnico, a Mercedes, que apesar de continuar fornecendo os motores deve diminuir consideravelmente sua contribuição no desenvolvimento da equipe. Quando a Honda anunciou que estava deixando o time, ao final de 1992, após uma vitoriosa sociedade que rendeu quatro títulos consecutivos, a McLaren viveu anos bastante difíceis e só reencontrou o caminho das vitórias justamente quando passou a utilizar os motores Mercedes, em 1995.

Não estou tirando a McLaren da briga, longe disto, a equipe é uma das mais tradicionais e vitoriosas da Fórmula 1, continuará contando com um excelente staff técnico, uma das melhores estruturas da categoria, com os melhores motores e um dupla de pilotos fortíssima. Mas seu futuro é uma incógnita.

Do outro lado, com a perda de Button, a equipe Mercedes também não fica em uma posição das melhores. O novo time, que aparece com uma base campeã, terá dificuldade para formar uma dupla de pilotos forte. Rosberg, que dizem já estar contratado, é consistente, mas nunca sequer venceu uma corrida e ainda não mostrou se tem condições de liderar uma equipe ao título. O mais citado pela imprensa internacional para o segundo carro é Nick Heidfeld, que nunca conseguiu brilhar na categoria. Adrian Sutil, outro alemão, talentoso, mas pouco testado em carros competitivos, corre por fora. Assim, a Mercedes parece seguir o caminho de formar um time totalmente germânico. Porém, Ross Brawn ainda segue no comando da equipe e de bobo ele não tem nada. Pode surpreender na escolha dos pilotos. Dos desempregados, o melhor, disparado, é Kimi Raikkonen, que anunciou ontem, via seu empresário, que terá um ano sabático em 2010.

17 de nov. de 2009

Raikkonen terá ano sabático em 2010


O empresário de Kimi Raikkonen, Steve Robertson, anunciou na noite desta terça-feira que o piloto finlandês não correrá na Fórmula 1 em 2010.

“Um ano de fora não significa nada para Kimi. Ele está mais interessado em brigar por vitórias e pelo campeonato mundial. A Fórmula 1 sentirá falta de Kimi. Ele trabalhou durto no verão, fazendo coisas pela Ferrari que apenas os melhores pilotos são capazes”, afirmou Robertson.

Segundo o empresário, a decisão foi tomada após a negociação com McLaren falhar. Era a única opção para o finlandês, descartando um acordo com a Mercedes. Isso indica que os rumores de Button no time de Woking e de Nick Heidfled no time da montadora alemã podem se confirmar.

Segundo a imprensa inglesa, o objetivo no momento seria uma volta em 2011, na Red Bull, na vaga de Mark Webber. Em 2010, o foco deve ser participar de provas do Campeonato Mundial de Rally e das 24 horas de Le Mans.

A Fórmula 1 realmente sentirá falta de Raikkonen. Ele é um dos melhores pilotos da categoria que passou por uma má fase nas últimas duas temporadas, o que poderia acontecer com qualquer outro. Tem um estilo bonito de pilotagem, agressivo.

Venceu um Campeonato Mundial em seu primeiro ano na Ferrari, o que não é tão fácil, vindo de uma equipe com conceitos técnicos tão diferentes como McLaren, em uma decisão espetacular na última prova contra Fernando Alonso e Lewis Hamilton.

Kimi estreou na Fórmula 1 em 2001, na Sauber, com 21 anos. Ficou sob observação nas primeiras quatro corridas do campeonato antes de conseguir sua superlicença definitiva, já que tinha apenas 23 corridas de monopostos em seu currículo. Logo na primeira temporada ficou na nona posição, com 9 pontos, o que lhe garantiu a transferência para a McLaren.

Em 2003, já foi vice-campeão, perdendo o título para Michael Schumacher na última prova, no GP do Japão, em Suzuka. Em 2005, novo vice-campeonato, desta vez perdendo o campeonato para Fernando Alonso.

Raikkonen ficou marcado pelo seu jeito indiferente com relação imprensa e ao “circo” e suas bebedeiras. É um piloto que lembra o estilo boêmio da categoria dos anos 70.

16 de nov. de 2009

Button na McLaren?

Os principais veículos digitais ingleses já estão afirmando nesta segunda-feira e o Guardian vai publicar amanhã que Jenson Button teria assinado um contrato de três anos com a McLaren. O valor do acordo seria de £ 6 milhões por temporada.

Acho bastante estranho Button trocar a equipe campeã mundial, no momento em que ela recebe uma considerável injeção financeira e estrutural com a venda para a Mercedes, pelo time que está perdendo um importante parceiro técnico. Não que a McLaren vá deixar de ser um time de ponta, bem pelo contrário, apostar na equipe de Woking nunca é mau negócio, mas parecia que no momento, ficar na Brawn, que agora é Mercedes, um ano após vencer o campeonato mundial pela equipe, parecia um bom negócio.

É bom lembrar o histórico de Button, quando ele tentou chegou assinar contrato com a Williams em 2004 e depois se arrependeu e quis ficar na BAR. O caso parou nos tribunais e a Williams acabou liberando o inglês.

Na McLaren, Button seria companheiro de Lewis Hamilton, que além do imenso talento, está na equipe desde 2007 e teve o seu apoio por toda sua carreira pré-Fórmula 1. Porém, não acredito em dupla explosiva. Não é do estilo de Button. Mas é um clima bem mais competitivo do que ele tinha na Brawn.

Na Mercedes, fala-se que Nico Rosberg já estaria assinado. Com Button fora do caminho, Kimi Raikkonen seria o nome para completar a dupla de pilotos. Um trio formado pelo finlandês, Ross Brawn e Mercedes me parece bastante interessante.

Nada disso está confirmado. Mas os bastidores da Fórmula 1 estarão bastante agitados nos próximos dias.

Mercedes compra Brawn e volta à Fórmula 1 como equipe

Já se falava há algum tempo sobre o namoro. Nesta segunda-feira, a Mercedes anunciou a compra de 75% da Brawn e que o time correrá a partir de 2010 como uma equipe de fábrica e sob o nome de Mercedes Grand Prix.

É um momento histórico, já que não é a entrada de um simples time ou de uma montadora qualquer na Fórmula 1, é o retorno de fábrica que tem o esporte no seu DNA, desde a invenção do automobilismo, com uma linda história no período dos “Grand Prix’s” e uma rápida e vitoriosa passagem pela Fórmula 1 na década de 50.

Este investimento, em um momento em que outras montadoras estão saindo ou cogitam sair da categoria, mostra a diferença entre montadoras que tem um verdadeiro projeto de marketing ligado ao esporte, que sabem aliar e ver oportunidades no mercado, das que entram em saem sem um planejamento consistente a longo prazo como time e como empresa.

A Mercedes, através de seus donos, a Daimler e o Aabar Investments comprou 75% da Brawn, se tornando acionista majoritária da equipe. Ross Brawn seguirá como diretor geral, porém, como não poderia deixar de ser, terá ao seu lado agora Norbert Haug, assim como em todas as empreitadas esportivas da marca.

A empresa alemã anunciou que seguirá fornecendo motores para a McLaren até 2015, porém irá vender seus 40% de ações do time nos próximos dois anos. Fala-se que a equipe de Woking começa um projeto de motor próprio visando o fim da parceria, algo que com certeza levará algum tempo para se colocar em prática.

Segundo as principais agencias internacionais, Nico Rosberg será um dos pilotos novo time Mercedes. É lógico que o campeão mundial Jenson Button é outro nome cotado e não acredito que dinheiro seja problema agora. Mas como o inglês anda fazendo jogo duro, Nick Heidfeld é uma alternativa. Com certeza, Kimi Raikkonen pode ser outro nome que volta a pauta.

Do outro lado deste acontecimento está a Brawn, que termina como começou, em um anúncio envolvendo uma grande montadora. O time ficará registrado nas páginas dos livros de história do automobilismo como tendo existido por apenas um ano, em uma temporada mágica em que venceu 8 de 17 corridas e conquistou o título mundial de pilotos e construtores. Ross Brawn, que já tinha imortalizado seu nome como um dos componentes de um dos times mais vitoriosos da Fórmula 1, a Ferrari de 2000-2004, fica agora também como proprietário de time.

12 de nov. de 2009

Entrevista - Fábio Seixas

O Blog Fanáticos entrevistou Fábio Seixas, jornalista do Jornal Folha de São Paulo e que cobre automobilismo desde 1997. Trabalhou na cobertura in loco da Fórmula 1 de 1999 a 2006 pela própria Folha e pelas Rádios Bandeirantes e BandNews FM e esteve presente em mais de 120 GPs. Hoje ainda participa das transmissões pelas Rádios do Grupo Bandeirantes, além de assinar uma coluna especializada na Folha.

Blog Fanáticos - Por que você decidiu se tornar jornalista?
Fábio Seixas – Sempre gostei muito de escrever e ler. Ganhava concursos no colégio, sempre fui metido a criar jornalzinho... Mas só foi dar o clique de fazer jornalismo na hora de me inscrever para o vestibular. Só fui decidir em cima da hora. Nunca tinha conhecido um jornalista. Eu tinha dúvida, pois não sabia se era viável para minha realidade na época. Tinha dúvida entre jornalismo e arquitetura. E foi um primo meu que me abriu os olhos e me deu o toque para eu fazer jornalismo.

BF – E a partir de quando você decidiu trabalhar com jornalismo esportivo?
FS – Na hora que escolhi fazer jornalismo eu já decidi fazer esporte. Foi automático. Eu queria na verdade fazer futebol. Eu jogava, colecionava Placar e gostava de acompanhar.

BF – E como começou a sua relação com automobilismo?

FS – Eu gostava de futebol, mas também já gostava de automobilismo. Era torcedor. Eu gravava as corridas, torcia pelo Senna e provocava um tio meu que torcia pelo Piquet. Comecei a trabalhar com automobilismo porque eu estava na Folha e queria entrar em Esportes. Apareceu a vaga para fazer a Indy e eu entrei nessa. Se fosse para cobrir vôlei ou tênis, teria entrado também de qualquer jeito.

BF – Quais jornalistas, em geral, você admira?

FS – Tem alguns que eu admiro pelo texto, como o Cony e o Gaspari. Gosto de ler os textos deles. Gosto também do Fernando Rodrigues, repórter da Folha. Gosto de um texto bem escrito. Curto essas grandes reportagens, que vão a fundo em uma história, mas as vezes me chama a atenção um texto que não tem nada demais, nenhum furo, mas é muito bem escrito. Admiro isso. Eu tinha o costume de colecionar leads. Eu lia um que eu gostava e guardava.

BF – Você tem uma admiração especial por algum atleta?
FS – Três caras que eu entrevistei que senti vontade de pedir autógrafo: Schumacher, Pelé e Jordan. Não pedi porque estava na posição de jornalista e eu tinha que respeitar isso. Acredito que é muito importante manter a relação profissional com o entrevistado e não mostrar um lado fã.

BF – Você guarda algum momento marcante em coberturas?
FS – A primeira vitória do Rubinho, na Alemanha, foi super marcante. Seja qual for sua opinião sobre ele, foi uma corrida sensacional e ele é um cara que tinha uma história de peso. A aposentadoria do Schumacher também foi um momento marcante. Por ser o esportista que ele é e por eu ter visto, ali de perto, cinco dos sete títulos dele. E as Olimpíadas. Cobri três Olimpíadas. Marcante também. São os melhores esportistas do mundo, é um evento muito legal que tem todo um clima.

BF – O que você acha da atual cobertura da Fórmula 1?
FS – Acho uma cobertura ruim. Muito ruim. É ruim tanto no Brasil quanto lá fora. Muito repórter amigo de piloto, revista que quer dar apoio a piloto ou equipe do país... Grande parte do que lemos hoje tem que ser lido com desconfiança. Quando teve o racha do Alonso com a McLaren, por exemplo, a imprensa da Espanha ficou tomando as dores do Alonso, enquanto os ingleses fecharam com a McLaren.

BF – O que você acha do uso das novas mídias, como internet, blogs e Twitter? Alguns pilotos reclamam deste tipo de cobertura, dizendo que pessoas que nunca pisaram em um autódromo podem escrever o que quiserem e reclamam da publicação de frases do Twitter.
FS – Com o tempo, o joio vai se separar do trigo. O número de sites de automobilismo no Brasil há cinco anos era muito maior que hoje. É verdade que hoje qualquer pessoa pode abrir um blog e colocar sua opinião, mas se não for sério, ele cai no ridículo e as pessoas param de ler. Não vejo como ameaça às mídias tradicionais. É um processo que não tem como parar. Tem que separar os sites que não servem dos corretos. E os sites tem que aprender a ver se a notícia é interessante. Pensar se vale a pena replicar qualquer notícia de um site inglês, por exemplo. Quanto ao Twitter, acho válido. Se um piloto escreve no Twitter, é a voz dele e está público. Só tem que saber separar, mas se for notícia é válido. Só não acho que tem que ficar publicando qualquer coisa que o cara escreve.

BF – O que você acha da gerência e do momento do automobilismo brasileiro?
FS – O automobilismo brasileiro viveu um auge quando tinha apoio das montadoras. É muito difícil fazer sem apoio. Veja a Fórmula Renault, do Pedro Paulo Diniz. Ele tem muito dinheiro, importou carros, a categoria sobreviveu um tempo, e depois acabou morrendo. E quem deveria correr atrás deveria ser a CBA, que não faz. A CBA hoje não organiza, só homologa a competição. A única que existe é a Fórmula 3, que está nas mãos de empresários, que viram a oportunidade de negócio. Acho ótimo, mas sem eles, não sobra nada. Os pilotos que foram para fora são os que os pais suportam.

BF – O que você achou da temporada 2009?
FS – Foi uma temporada atípica, com uma Ferrari e uma McLaren despreparadas e uma Honda, que virou Brawn, com um grande carro. Mas não acredito que Ferrari e McLaren fiquem duas temporadas consecutivas sem disputar o título.

BF – Você acha que quatro pilotos que disputaram o título em 2009 (Button, Barrichello, Vettel e Webber), incluindo o campeão Button, seriam campeões “estranhos”?
FS – Acho que no futuro vamos ver o Vettel como o melhor da turma. Ele vai ganhar títulos. Daqui uns 10 anos, vamos ver o Button como um campeão estranho.

BF – Qual sua expectativa para os pilotos brasileiros em 2010?

FS – Expectativas bem diferentes. O Barrichello vai tentar reconstruir uma equipe. Ele já fez isso com Jordan, Stewart e Honda. Ele pode brigar por uma boa posição no grid e esporadicamente brigar por uma vitória, porque é um bom piloto e sabe tirar um algo a mais de carros médios. O Massa tem que lutar pelo título. Se não conseguir, será um passo para trás na carreira. Ainda mais com o Alonso de companheiro, será um ano difícil. E o Bruno Senna tem que se concentrar em terminar corrida. E se conseguir pontuar, ótimo.

9 de nov. de 2009

Destaques do final de semana – Final da MotoGP

Neste domingo aconteceu em Valência a última prova do campeonato da MotoGP, vencida pelo espanhol Dani Pedrosa, da Honda Repsol. Os dois pilotos da Yamaha, Valentino Rossi e Jorge Lorenzo, completaram o pódio.

A corrida teve um lance inesperado, quando Casey Stoner, pole position, caiu na volta de apresentação e abandonou. Pedrosa, que largava em segundo, acabou herdando o primeiro lugar e levando a vitória de ponta a ponta.

O campeonato de 2009 parecia muito promissor nas primeiras etapas, com Rossi, Lorenzo e Stoner disputando a liderança. Porém, em determinado ponto, Stoner começou a ter dificuldades com sua Ducati e ainda teve que se retirar por algumas provas para cuidar de uma lesão no pulso, Lorenzo, sempre muito rápido, começou a pagar pelos seus muitos tombos em treinos e corridas, e Rossi disparou na frente e levou mais um título com uma corrida de antecipação.

Acredito que a temporada 2010 pode ser mais interessante. Com uma Ducati forte, Stoner tem talento de sobra para tentar bater Rossi. Lorenzo, caso controle um pouco seu ímpeto, pode incomodar. E Valentino... Bem, ele sempre é o principal candidato ao título.

Destaques do final de semana – Stock Car

A Stock Car realizou neste domingo a segunda prova de seu playoff, em Brasília. A prova foi vencida por Allam Khodair, que se tornou o primeiro piloto a vencer duas corridas no ano. Com o triunfo, o piloto da equipe Full Time assumiu a quarta posição no campeonato, a 27 pontos do líder Caca Bueno.

Por sinal, Bueno foi o protagonista da polêmica do final de semana na categoria. O piloto da Red Bull Racing chegou na terceira posição, ampliando sua vantagem na liderança do certame para 24 pontos para os vice-líderes Ricardo Maurício e Thiago Camilo. Porém, após a corrida, a direção de prova puniu Caca em 20 segundos no seu tempo total por ter feito seu pit-stop antes da abertura da janela. A equipe Red Bull recorreu e conseguiu reverter a punição, o que não é incomum na Stock Car.

No final das contas, tudo ficou como estava na bandeira final. É lógico que o excesso de punições e a fragilidade das decisões dos comissários, que muitas vezes voltam atrás de suas decisões, prejudicam a categoria. Será que as pessoas que estão trabalhando na direção das provas estão preparadas para esse trabalho? Talvez a CBA e a organizadora do campeonato deveriam começar em pensar em melhor na estrutura utilizada pela categoria.

4 de nov. de 2009

Noticia do Dia (agora de verdade) – Toyota anuncia desistência

A Toyota antecipou o anúncio que faria no domingo e divulgou nesta quarta-feira que esta se retirando da Fórmula 1. A montadora alegou que a crise econômica no último ano, que inclusive resultou no primeiro período de prejuízo da história da empresa, foi o principal motivo para desistência.

A Toyota competiu na Fórmula 1 por oito temporada e nunca conseguiu transformar o maciço investimento, um dos maiores da categoria, em bons resultados. Em 139 GPs foram três pole-positions, três voltas mais rápidas, apenas 13 pódios e nenhuma vitória. Uma estrutura exagerada e aposta em duplas de pilotos duvidosas como Mika Salo e Allan McNish e Ralf Schumacher e Jarno Trulli.

Em 2009 parecia que tinha evoluído de forma e chegou a ter chance de vitória em algumas provas, como no GP do Bahrain em que Trulli e Glock largaram nas duas primeiras posições do grid. Mas claramente faltou consistência aos pilotos para brigarem por melhores resultados.

A verdade é que a Toyota deu um show de como não administrar uma equipe de Fórmula 1. A hitória de seu time ficará marcada pelo fracasso.

Muita gente pode falar que a equipe não fará falta, mas eu discordo. A categoria nasceu envolvida pelas grandes montadoras e suas passagens pelo campeonato foram essenciais para o seu desenvolvimento. Hoje, a Toyota é a maior fabricante de carros do mundo, e o seu envolvimento com o esporte é importante sim. Não acredito nesta história de que as montadoras são um mau a ser combatido, como queria Max Mosley. Se elas entram em saem da Fórmula 1, não é muito diferente dos times "garagistas", muito sensíveis a dificuldades financeiras.

Agora aguardemos o que vai acontecer com a estrutura do time em Colônia, na Alemanha, e com Kamui Kobayashi, piloto japonês que mostrou muito talento nas duas últimas corridas do ano, quando substituiu Timo Glock, e era dado certo na Toyota para 2010.

A espera também fica de acordo com o que irá acontecer com a Renault, também cotada para deixar a Fórmula 1. Novembro pode ser turbulento para a categoria.

3 de nov. de 2009

Notícia do Dia - Toyota pode sair

A notícia desta terça-feira foi de que a Toyota pode anunciar sua saída da Formula 1 no próximo final de semana. A montadora irá fazer um anúncio no domingo.

A equipe não tem pilotos contratados para 2010 e não tem clientes para fornecedores de motores, já que a Williams não irá mais comprar os propulsores japoneses. A venda mundial de carros caiu e a possibilidade da desculpa de ajustes na empresa pode ser utilizada.

Por enquanto, só um rumor. Bem plausível, mas rumor.

Destaques do Fim de Semana - Farfus se mantém na briga

Meio atrasado, mas como vale a pena, vou falar de um dos destaques do último fim de semana. O brasileiro Agusto Farfus Jr, que venceu a segunda bateria da etapa japonesa do Mundial de Turismo, em Okayama.

Com o resultado, o piloto da BMW manteve as suas chances no campeonato. É verdade que ele parte agora para a última prova, no circuito de rua de Macau, precisando quase de um milagre para ganhar o título. Com 102 pontos, ele está a 13 do líder Gabriele Tarquini e a 11 do segundo colocado Yvan Muller, ambos da SEAT, que dominou a temporada. Serão diputadas duas baterias com pontuação igual a da Fórmula 1 (10, 8, 6, 5, 4, 3, 2 e 1)

Farfus é um dos pilotos brasileiros de mais sucesso no exterior. Compete no Mundial de Turismo desde 2004, sempre como piloto oficial, primeiro da Alfa Romeo e depois da BMW. Através da sua ligação com a marcar alemã e graças a seus bons resultados, fez testes pela equipe de Fórmula 1 da montadora em 2007 e 2008 e sempre fomentou o sonho de um dia ter a chance de competir na categoria de monopostos. A esperança terminou quando a BMW anunciou sua retirada da competição.

A prova de Macau, que decide o título mundial acontece no dia 22 de novembro.

A confirmação

A Williams confirmou nesta segunda-feira sua dupla de pilotos para 2010, Rubens Barrichello e Nico Hulkenberg, e que motor Cosworth equipará seus carros.

O brasileiro vai para sua 18ª temporada na Fórmula 1 e alemão na sua primeira. É clara a ideia de uma dupla equilibrando experiência e velocidade de um iniciante sem muita responsabilidade e querendo mostrar serviço.

O último título mundial da Williams foi em 1997, com Jacques Villeneuve, e a última vitória foi o GP Brasil de 2004, com Juan Pablo Montoya. Desde então o time de Grove nunca mais chegou a disputar as primeiras posições. Com certeza é uma equipe que defende uma tradição vencedora na Fórmula 1. É o segundo com mais títulos de construtores, 9, atrás somente da Ferrari, 16, por exemplo. Mas é difícil apostar hoje que pode voltar a ter um carro em condições de vencer corridas já em 2010.

O que pesa a favor da nova casa de Barrichello é que na próxima temporada um nova mudança radical acontece no regulamento, o que pode embaralhar de novo as forças na Fórmula 1. A proibição do reabastecimento mexe não só na estratégia, mas também em todo projeto do carro como suspensão, distribuição de peso e aerodinâmica. E a Brawn está ai para mostrar a todos o que um time pode fazer em uma virada de regras como esta.

O carro de 2009 da Williams não era ruim, mas sofreu pela falta de potência do motor Toyota. Era absurda a diferença de rendimento dos carros da equipe em pistas de baixa e alta. O motor Cosworth, que volta a categoria depois de três temporadas, é a aposta e parece que o time está bastante confiante depois de alguns testes de bancada.

De qualquer maneira, a verdade é que só saberemos o quanto o trabalho foi bem feito em fevereiro, nos testes de pré-temporada. O resto é só especulação.

1 de nov. de 2009

GP de Abu Dhabi – Um final chatinho

Vettel venceu o primeiro GP de Abu Dhabi, depois de uma corrida sem emoções. A chance de uma disputa pela vitória terminou quando Hamilton teve problemas de freio deixando o caminho livre para o alemão.

Os principais lances da corrida acabaram sendo uma disputa entre Button e Kobayashi, outra entre Buemi e Kubica e no final com Button indo para cima de Webber na luta pelo segundo lugar nas últimas voltas.

Webber completou a dobradinha da Red Bull, que tem tudo para continuar forte nos próximos anos. Tem uma empresa forte investindo, um staff técnico competente e uma boa dupla de pilotos. Só falta se decidir sobre os motores.

Button terminou bem a temporada com a terceira posição. A Brawn não teve para disputar vitórias nas últimas etapas, mas o inglês, campeão do mundo, conseguiu voltar ao pódio (foram somente dois nas últimas 10 corridas) e ser protagonista de uma bela disputa com Webber no final.

Barrichello deu uma vacilada na largada e tocou o seu bico em Webber perdendo uma parte do aerofólio. Ficou prejudicado na corrida e terminou em quarto. Um final de temporada ruim para o brasileiro, atrás do companheiro de equipe, depois de um ano de renascimento. O saldo da temporada para Rubens acabou sendo bom. Estava aposentado em fevereiro e conseguiu disputar o título mundial e garantir mais um ano de permanência na categoria por mais um ano.

Assim como em Interlagos, Kobayashi voltou a ter destaque. Chegou em sexto com sua Toyota, a frente do companheiro de equipe, o experiente Trulli. O japonês praticamente garantiu a vaga na equipe para 2010 e com certeza chamará a atenção na próxima temporada. Será bom para a Fórmula 1 um piloto do Japão que ganhe destaque. É um país que sempre teve ligação forte com a categoria, mas nunca teve um piloto realmente talentoso para torcer.

O evento nos Emirados Árabes é impressionante, o autódromo é lindo, as imagens são maravilhosas, mas, realmente, a pista é muito chatinha.

O Campeonato Mundial de 2009 foi um dos mais diferentes da história. Um equipe “estreante” (entre aspas porque a Brawn na verdade é resultado de muito investimento da Honda em 2008) venceu depois de uma primeira metade de disputa arrasadora e polêmica. É lógico que a história do difusor duplo no início do ano foi decisiva para o título da Brawn e de Jenson Button.

Agora, viveremos uma fase de acomodação. Algumas mudanças de equipes serão confirmadas, outras podem até surpreender. Depois começam os testes de inverno ainda com carros híbridos e, no final de janeiro, a apresentação dos novos carros. Muitos chutes e rumores sobre desempenhos irão surgir. E, em março, depois de um longo período sem corridas (difícil para nós, fãs) o campeonato reinicia e saberemos quem trabalhou melhor. Simbora.