25 de jan. de 2010

Cannes e chegada à Italia

Bem, vamos resumir os ultimos dois dias neste post com a viagem à Cannes, quando ainda estava em Nice, e a chegada à Italia, tao aguardada.

No domingo acordei por volta das nove e meia. Banho, café e fui à rodoviaria pegar o onibus para Cannes. Aqui vai uma sugestao: se estiver em Nice, ao contrario de Monaco, para ir à Cannes vale mais a pena ir de trem. A viagem de onibus é longa (uma hora e pouco), tem muitas paradas e é um pouco cansativa.

No meio do caminho, naquela de ir atras da boiada, desci no lugar errado, em uma cidadezinha chamada Antigues. Na hora fiquei um um pouco puto, mas depois achei que poderia ser uma oportunidade de conhecer um lugar diferente e fui explorar.

Cheguei ao centro comercial, onde fica um tipo de mercado municipal. Resolvi comer um panini em um barraca. Vendo minha dificuldade em fazer o pedido em frances, o dono do lugar me perguntou se eu era italiano (na França, todo mundo achava que era italiano. Parece que o motivo é meu nariz, digamos, avantajado). Disse que nao e expliquei que era do Brasil. No final das contas, o cara era italiano, de Milao. Ai eu disse que a familia no meu vo é de Pisa. "Pisa?! Fiz treinamento para paquedista do exercito em Pisa! O lugar é lindo!". Ai contei que estava viajando pela Europa e que iria à Italia pela primeira vez. Entao ele resolveu adicionar no meu simples panini de queijo, presunto e tomate, um funghi que, segundo ele, so existe na Toscana, regiao a qual Pisa pertence. Realmente muito bom e sem adicionar nada ao preço, o que sempre deixa o gosto melhor ainda.

Depois desta "voltinha", resolvi voltar ao roteiro original. Peguei o onibus para Cannes. A cidade nao é bonita, mas tem seu charme. Nao tem muita coisa para ver. No centro de informaçoes turisticas tem um mapa que te guia por um caminho, que a pé tem duraçao de duas horas, pelo qual voce conhece as principais atraçoes. Achei que valeu a pena seguir. Voltei para Nice no final da tarde, sai para jantar, e ao retornar ao hotel bati um papo com Jean Charles, da recepçao. Ele é imigrante da Republica Centro-Africana, que como o nome diz, fica no centro da Africa mesmo. Ele veio apra Nice quando jovem, conseguiu fazer faculdade, mas na crise mundial do ano passado perdeu seu emprego em uma empresa grande da regiao e esta trabalhando como temporario no hotel. Ele queria saber mais sobre o Lula e o que ele estava fazendo de tao bom para o Brasil ser o que é hoje. Bem, dei uma pincelada na historia recente brasileira para ele para, digamos, colocar uns pingos nos i's. Na França realmente existe um interesse muito grande pelo nosso presidente, ate pela crise em que eles estao com o deles. O Sarkozy definitavemente esta com sua popularidade em baixa e as capas das revistas deste tempo em que estive no paìs so falam dos seus casos amorosos, sempre com um certo veneno. Depois de um tempo subi para o quarto, tomei os ultimos goles de uma garrafa de vinho que comprei no primeiro dia e apaguei.
Legenda: Final de tarde na praia de Cannes

Acordei nesta segunda-feira por volta das sete e meia. Banho, café da manha, resolvi uns probleminhas que tive com o pagamento do hotel e fui para estaçao com destino a Florença, Italia. Peguei um trem destes locais, de dois andares que tem em varias cidades europeias, as nove e meia, para a cidade italiana de Ventimiglia, minha primeira baldiaçao. Apos um hora, cheguei, e como tinha quarenta minutos entre um trem e outro e resolvi dar uma volta para, pela primeira vez na vida, pisar em solo italiano, algo muito esperado por mim e por muitas vezes adiado. Ventimiglia é uma cidade pequena, mas por ser a primeira apos a fronteira com a França, tem uma estaçao relativamente importante, pois distribui os trens para as varias regioes do pais.
Legenda: Ventimiglia, primeira visao da Italia

O segundo trem era para Milao. Um viagem mais longa, de quatro horas, em um trem daqueles de cabines de seis lugares, mas lento... quase parando... Boa parte desta viagem é feita na costa, até Genova. Por causa das montanhas, o trem passa por longos tuneis, e foi na saida de um destes que tive uma grata supresa: estava nevando em Genova. A cidade estava toda branca e no caminho ate Milao chegamos a passar por momentos em que a neve ainda caia. Realmente é uma visao bem bonita. Faltando meia hora para chegar ao destino, a neve desapareceu da paisagem.
Legenda: Neve em Genova

Cheguei em Milao por volta das tres da tarde e tinha mais uma hora meia para o trem que me levaria à Florença. Apesar do tempo folgado, a estaçao de trem de Milao nao fica muito perto das atraçoes mais importantes da cidade. Alem disso, estava bem frio para ficar andando na rua. Entao atravessei a praça so para ter a sensaçao de ter estado em Milao e fui comer algo.

De Milao para Florença é um tiro. Trem de alta velocidade, confortavel, que mesmo com uma parada em Bologna, fez o meu percurso em menos de duas horas. Olhe no mapa para ver que é um distancia consideravel. Enquanto eu desci ali, ele seguiria ainda para Roma e Napoles.

Na estaçao peguei um mapa no Centro de Informaçoes Turisticas (que por sinal aqui é pago) e fui em direçao ao albergue. Uma caminhada de cinco minutos. O albergue fica do lado do Duomo, na regiao central da cidade, facil de encontrar.

Porem, em um primeiro momento, um susto. Quando cheguei ao endereço do hostel, nao existia nada. Confiri um milhao de vezes. Nao acreditava na situaçao. Via Ricasoli, 9. Eu estava de frente para o numero 9, mas nao existia nada, apenas um porta de madeira lacrada. Comecei a olhar para os lados e percebi que existiam duas numeraçoes na rua. Segui a segunda e encontrei o albergue. A explicaçao que me deram é que com o tempo mudaram a maneira de numerar as residencias desta regiao central, mas nao tiraram os numeros antigos. Entao para eu sempre procurar numeros azuis e nao confiar nos brancos.

Bem, o albergue parece ser bom. Tem potencial para ser o melhor ate agora, vamos ver... Mas tem que ser mesmo, pois é bem mais caro que os outros. Mas acho que vai valer a pena. O pessoal que me atendeu foi super legal e ja me passaram varias dicas sobre lugares para comer e passeios. A recepcionista do horario, Rosa, sabia falar um pouco de portugues. Perguntei se iam muitos brasileiros ao hostel e ela disse que na verdade é por causa dos brasileiros que moram na cidade. Aparentemente Florença é uma das cidades da Italia que tem mais brasileiros e por isso o povo da regiao acostumou.

Bem amanha vou conhecer esta cidade que tem dois mil anos e uma importancia politica e cultural gigantesca. Agora, vinho para dormir bem... Boa noite.

Obs: nunca é demais lembrar que o erros de acentuaçao e digitaçao sao por causa dos teclados que encontro em cada lugar. Nao vou ficar configurando para o portugues toda vez que sentar em um novo computador.

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